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sábado, 19 de maio de 2012

Os balões que não foram ao céu

Foi uma bela manhã. Comemorou-se mais um aniversário da Unigranrio e as crianças do Colégio de Aplicação – CAP – fizeram uma bela apresentação. Cada uma delas com uma bola de gás amarrada no pulso para um belíssimo e apoteótico final. Só que nem todos balões, destinados ao céu como estavam, foram até ele. Sabe por que? Por causa das árvores!

Os tentáculos, também conhecidos como galhos das árvores, prenderam muitos balões. As mesmas árvores que nos oferecem a sombra e a segurança, os retiveram de uma forma tal que eles não atingiram sua meta de ir para o céu.

É a partir dessa observação que quero compartilhar contigo algumas lições que esses balões e aquelas árvores me fizeram pensar.

Em primeiro lugar entendo que nem todos os balões são feitos para o céu. E aqui não estou defendendo uma exclusão social, ou mesmo uma injusta predestinação espiritual. Estou tomando a figura dos balões como nossos sonhos e ideais. Nem tudo que sonhamos merece o céu. Nem tudo que idealizamos merece a concretude. Sejamos sinceros: há muito devaneio em nossas projeções de alma, em nossos sonhos. E ainda bem que há “árvores” que estão ali para reter a passagem deles. Porque ir atrás de um devaneio pode deformar e arrebentar com toda uma vida e com toda uma família. Estoura o balão e a queda é grande.

Se é verdade que nem todos os balões pertencem ao céu (e o é!), é verdade também que nem toda árvore exerce um papel puramente positivo. Há árvores que são prisões. Quanta gente, diante de uma educação excessivamente repressora e tolhedora, ora superprotetora, não viu o céu quando ainda criança e permanece sem vê-lo, agora como adulto? Gente sem iniciativa, embora sonhe. Gente sem marchas, embora tenha motor. Gente que não consegue viabilizar projetos e metas particulares, em virtude da “grande árvore” que sobre si estendeu seus galhos.

Por fim entendo que para além da questão educacional e psíquica, há uma dimensão espiritual nessa história. Constantemente somos instados a acomodar-nos diante e abaixo das árvores. Gostamos delas e do que elas simbolizam. Nos tornamos tão imanentes, tão arraigados com esse mundo que perdemos nossa identidade peregrina (conforme Samos 119:19a, Hebreus 11:9-10; Filipenses 3:13-14,20). E justamente quando as árvores do materialismo, das ideologias, do existencialismo, do hedonismo (entre outros), cobrem nossas vidas é que deixamos de ver a “luz do céu entrar”. Nossa fé fica presa à “copa das árvores”. E por mais paradoxo que seja essa realidade (aquilo que em tese faz mais sentido para a racionalidade – o mundo material – é o que menos sentido faz para nosso viver e mais angústia gera em nossa alma), quanto mais apegados a dimensão material da vida estivermos, mais errante e sem propósito será nosso caminhar. Na perspectiva contrária podemos também dizer que quanto mais apegados a dimensão subjetiva da fé, (conquanto se objetive em Jesus Cristo), mais sentido de vida nós temos. Outrora éramos errantes; agora somos “balões” peregrinos.

O balão da fé não pode ficar preso às árvores. Ele aponta para um Deus que tenciona a todo tempo iluminar a nossa alma, furando o bloqueio das árvores que estão entre o nosso e o Seu coração. E ele aponta para um Deus que nos fez para vivermos na Terra, mas pertencermos ao céus.

Não se limite a este lindo quintal, pois a nossa verdadeira casa é a celestial. Como dizia Teilhard de Chardin, somos mais espirituais do que humanos. Somos balões projetados para irmos ao céu.

Fonte: Vida.Net

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